Quando cheguei à Malásia, pensei comigo mesma: “terei 3 meses de sossego e depois começarei a explorar”. Também utilizaria esse tempo para planejar, juntar dinheiro e fazer uma “média” com a empresa. Tudo bem que algumas semanas após minha chegada, vieram dois feriados seguidos e pude viajar aqui dentro do país, mas nada fugiu do plano inicial. Eu só não esperava a abundância de coisas para se fazer depois desse tempo. Talvez por ter subestimado o próprio país, ou talvez por eu ter descoberto que Ásia é muito mais do que China/Coréia/Japão! Por acaso, eu devo apenas conhecer um desses até o fim da jornada, a já visitada Coréia do Sul.
(Tanah Rata, a cidadezinha próxima à Cameron Highlands)
Esse blá blá blá inicial foi só para dar contexto a mais um post...sobre viagens! Dessa vez, algo mais light: Cameron Highlands, localizado há 209km de KL, no estado de Pahang. Cameron é uma cidadezinha há 1500m acima do nível do mar e famosa por suas plantações de chá e clima ameno. Todos os locais com quem comentei sobre a viagem me recomendavam a mesma coisa: leve casaco porque lá é “bem” frio. Ao descer do ônibus, já na cidade, sinto uma brizinha e descubro que o “frio” trata-se de algo em torno de 20°C! Depois de 6 meses sufocada pelo calor abominante de KL e demais cidades malaias, descobri que existe um lugar nesse país onde posso me sentir um pouco mais “em casa”.
Como não poderia deixar de ser, em outras de minhas viagens terrestres malaias, surpresas aparecem no caminho. Mal comento do momento pré-viagem, quando fui comprar as passagens em uma rodoviária capenga, no fim do mundo e ainda com o velho trauma que tenho de comprar passagens de agentes. Ah, e as ”passagens”: um papel de recibo azul, ¼ de uma folha A4, escrito a mão, atestando a compra de 4 lugares para sábado de manhã! Cheguei no dia do embarque, rezando para que não houvesse problemas. Felizmente, dessa vez, tudo bem.
Não sei já comentei, mas aqui raramente existe o (“moderníssimo”) sistema de comprar as passagens de retorno da cidade de origem, simplesmente porque não é possível! Assim, quando chegamos a cidade, temos que correr para o guiche e arranjar passagens de volta o mais rápido o possível. Então adivinhem o primeiro problema? Chegamos à cidade, 1 hora após o previsto, e já não havia mais passagens para o último ônibus do dia seguinte. Sim, uma das cidades mais turisticas daqui, tem apenas dois serviços de ônibus, um extremamente precário e o “luxuoso”, com cerca de 28 lugares por veiculo apenas, com incriveis três horários por dia: 8:30 e 10:30 da manhã e 13:45. da tarde A viagem dura em torno de 4 ou 5 horas. E por que uma coisa tão absurda? Simplesmente pela lógica malaia das coisas. Talvez um dia eu discorra sobre esse assunto, mas por enquanto prefiro me poupar de comentários (muito) maldosos.
(O quarto para uma noite....e 5 pessoas!)
Tivemos então que nos contentar com a passagem das 10:30 e nos apressar para cumprimos a “agenda” do local: visitar A plantação de chá (repare, está no singular). Fomos para o hotel, tivemos que explicar para a dona que teríamos um quinto membro no quarto e que precisáriamos de uma cama extra. Sem muito drama nessa parte, apesar dela insistir que ficaria muito apertado. Por uma noite, eu não me importo nem um pouco.
(Passeio no fim de tarde por Brinchang)
E vamos a segunda dificilima tarefa: chegar a tal plantação. Claro que outra surpresa. Nenhum táxi nos levaria até o local, pois havia um trânsito “infernal” e levaria 2 horas (!) para chegar até lá. E as visitas acabam as 16:30 (era pouco mais de 14h). Ok...e agora? Temos uma tarde e noite inteiras livres, para fazer o que? Comer! Foi o que nos restou. Almoçamos, tomamos sobremesa, visitamos o mercado noturno (uma feirinha ao ar livre, com comididinhas, verduras e frutas e souvenirs à venda) e o barzinho local (com direito a mais comidinhas) até a hora de dormirmos. Tenho que admitir que ao final da noite, eu estava bem desanimada com a visita. Mas apoiada por um dos meninos, que também viera a cidade para visitar o tal ponto turístico, convenci o resto a “aventura suícida”: acordaríamos as 7:30 da manhã e iríamos visitar o local. Ah, e quem quisesse, poderia ficar dormindo!
(O trânsito de volta dos visitantes das plantações)
E não é que todo mundo se arriscou junto? Chegamos ao BOH Tea Center por volta das 8:45 da manhã (paramos no caminho para as primeiras fotos com as plantações) e não é que deu tempo de aproveitar? Devido a nossa estratégia, o local ainda estava vazio (só abria as 9 da manhã) e pudemos tirar fotos sossegadamente, além de tomarmos chá com scones calmamente depois de sermos (quase) os primeiros no tea shop. Tinha até uma noiva fazendo fotos para seu álbum de casamento!
Curiosidade: Vocês sabiam que em casamentos chineses, não existe essa de o noivo não pdoer ver a noiva e seu vestido antes da cerimônia? Na verdade, ambos tiram fotos com as roupas do casamento antes do evento, para depois expor as fotos na festa!
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