Pular para o conteúdo principal

Penang

 (Love Lane - e a historinha do marido que traía a mulher e pagava a acomodação das amantes nessa rua)

Meu desbravamento por terras malaias são geralmente cheias de aventuras. Comprar passagens de agentes, "acampar" na praia, não ter passagens de volta compradas em um dos maiores feriados, correndo o risco de ficar presa em uma cidadezinha a muitos kms de distância da civilização. Mesmo assim, não posso deixar de conhecer os lugares por medo dos imprevistos. E como não poderia deixar de ser, a viagem à Penang não deixou a desejar no fator "surpresas".


Pulau Penang é uma ilha no noroeste da Malásia e é famosa não por suas praias, mas por seu ar colonial e suas comidas.Eu esperei tanto para conhecer o lugar pois havia prometido à Iga (que viajou comigo para Malacca, logo que cheguei) que faria essa viagem com ela. Quando finalmente encontramos agendas compatíveis, comprei as passagens com antecedência para não ter problemas. Embarcamos na sexta à noite e antes do sol raiar já estávamos por lá. Tivemos que esperar a chuva diminuir e os ônibus começarem a funcionar para podermos deixar a rodoviária. Conhecemos um casal de espanhóis muito simpáticos, mas muito “hippies” para o meu gosto. Já no centro da cidade, eles seguiram rumo à alguma das praias e nós para nosso hostel. Sem podermos fazer o check-in ainda, largamos as mochilas lá e fomos comer algo. Por algumas horas, tiramos fotos, visitamos o centro histórico e tentávamos não cair de cansaço após a noite mal dormida no ônibus.

(Não é porque é minha amiga não, mas eu nunca conheci alguém com tamanha capacidade de absorver línguas estrangeiras. Ela fala: polônes, espanhol, português e inglês e ainda entende alemão...isso só o que eu lembro, mas deve haver mais!)

Após o almoço, retornamos ao hostel para podermos descansar por algumas horas. “Renovadas”, saímos para conhecer mais algumas partes da cidadezinha e jantarmos. Tudo muito calmo e relaxante. Não fomos dormir muito tarde, para podermos aproveitar o domingo antes de voltar para casa. Visitamos a praia, a mesquita flutuante e uma (mais uma!) praça de alimentação chinesa, com comidas baratíssimas. De volta à Georgetown, andamos por algumas lojinhas antes de irmos buscar as malas e rumar à rodoviária. E foi aqui que tivemos mais uma aventura. Acabamos estendendo a “margem de segurança” do tempo para além do limite e...perdemos o ônibus. Pior ainda, foi ver, ao atravessar a rua em frente a rodoviária, o ônibus no qual deveríamos estar, passar diante de mim! Tentamos argumentar com a mocinha do balcão para que o ônibus pudesse parar em algum lugar para podermos embarcar ou tentar trocar nossa passagem, mas a comunicação era bem precária, com a atendente que não mal falava inglês e a moça de outro guichê que veio tentar ajudá-la e era mais estressada do que nós, que perdemos o ônibus. Não deixo de nos culpar pela irresponsabilidade de chegar no último instante, mas quando cheguei ao guichê, mais pessoas também reclamavam pelo ônibus ter saído 5 minutos antes do previsto, deixando para trás 5 pessoas. Eu constantemente tenho que repetir para mim mesma o que explico aos outros: na lógica malaia, não existe lógica!

(Penang a noite)

Deixando o rancor de lado, só tenho a dizer que Penang se tornou um dos meus locais preferidos na Malásia. A cidade é linda, a comida fantástica e até existe pessoas prestativas! Fora as pessoas mais aleatórias que encontramos em nosso hostel, como um americano casado com uma japonesa e que diz “viver de férias há 19 anos!” ou um inglês que não pisa na Inglaterra há 25 anos e passava o dia sentado na entrada do lugar cumprimentando as pessoas e batendo papo. Quero voltar quantas vezes for possível a cidade só para poder comer mais e passar fins de semana sossegados, já que, com a chegada da temporada de chuvas (monções), todas as ilhas estarão fechadas até fevereiro ou março do ano que vem! Penang compensou pela má impressão que o Camboja deixou na semana anterior.

(Pra onde eu vou?) 

E agora só mais 5 meses pela frente para conseguir fechar a agenda de viagens locais e internacionais...Preciso de mais tempo!!!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

E os coreanos, como são?

O especial "Naty foi a Seul" está quase no fim, e nesta terceira parte comentarei um pouco dos coreanos (em geral, não só dos rapazes...). Meninas   (Extravagantes...) "As coreanas são bonitas?” Em minha singela opinião, sim! “As coreanas são mais raquiticas do que criancinhas de 9 anos?” Eu SEMPRE ouvi sobre a cultura de se manter extremamente magras, etc e tal. Sinceramente, EU achei a maioria bem normal. Não são “magras brasileiras”, mas também não parecem doentes ou algo assim. Aqui na Malásia eu vi meninas muito mais magras do que elas e que me deram (e ainda dão) muita aflição de se ver. “Coreanas usam toneladas de maquiagem e não se vê uma desarrumada nas ruas?” Elas são sim arrumadíssimas e preocupadas com aparência (e principalmente com o que está na moda). Mas do jeito que eu lia a respeito, achava que seria bem pior. Novamente, nada absurdo, não entendo o drama (depois das roupas “curtas” das chinesinhas por aqui, nada parece me su

E afinal, o que aconteceu?

B em, no último post, falei um pouco sobre os protestos que ocorreriam no fim de semana de semana, e antes de escrever um pouco mais sobre a sociedade malasiana, resolvi atualizar a questão anterior.

A Questão Racial

Eu sempre penso em comentar sobre a questão racial aqui na Malásia, mas eu tenho muito receio em polemizar demais e falar mais do que deveria ou até me posicionar sobre algo cultural, sem entender plenamente a situação. Constantemente eu ouço diversas opiniões sobre as três principais raças que compõe a maioria da população malaia: chineses, indianos e claro, os malaios (que é a parte mulçumana) e tento assim, conseguir uma imagem mais clara sobre o assunto. Mas tenho que dizer que não é fácil. Primeiro porque se você questionar pessoas de cada uma das raças, você terá opiniões viesadas, e os “brancos” (estrangeiros que moram aqui), parecem reproduzir partes desses discursos. O que eu quero tentar comentar aqui hoje é sobre o desconforto que eu sinto com essa “rixa” que há entre essas três culturas. A primeira vez que eu vi claramente a divisão que existia entre elas, foi durante a “enxurrada” de feriados que tive logo que cheguei. Se eu perguntasse a uma não-indiano o porque do Th