Um fim de semana na "Oscar Freire" asiática

(Um país-shopping!)

Terça-feira (29/06) 23h30, chego em casa, após 4 fabulosos dias em Laos. Sexta-feira (02/07) 17h15, desligo meu computador, coloco minha mochila nas costas e rumo ao aeroporto. Isso mesmo! Em menos de 72 horas de volta a KL, embarquei para meu próximo destino: Singapura. Antes uma curiosidade: Singapura pode ser escrito com "S" (português lusitano) ou "C" (português brasileiro), e mesma com após a unificação, a grafia de ambas as formas continua aceita. Eu fiz uma escolha pessoal de usar a forma lusitana pois (1) é a grafia utilizada por lá e (2) a grafia brasileira simplesmente me lembra daquele "projetinho" de um certo político conhecidíssimo nosso. 

(Mas que lugar estranho é esse?)

E a viagem começou bem mal: o vôo atrasou para sair cerca de meia hora, a Imigração estava lotada e...o Brasil estava jogando contra a Holanda. Depois de toda a demora, recebo a triste notícia de que o Brasil havia perdido. Pronto, era o que faltava pra estragar a minha semana. Até a manhã seguinte, quando acordei e me deparei com uma Singapura cinza e chuvosa, e que persistiu por quase todo o dia (e noite!). Se a Alemanha não tivesse vencido a Argentina, sinto que meu companheiro de viagem, Dennis, teria um fim de semana bem chato, acompanhado de uma Naty emburrada.

(Brasil fora da Copa, um dia chuvoso e uma cidade em construção...acks!)

Apesar de tudo, a viagem foi bem divertidinha. Singapura é outro mundo dentro da Ásia: limpa, organizada, com transporte público mais do que decente, pessoas arrumadas...me senti em plena Oscar Freire no fim de semana. Mas por ser tão moderna, senti falta de "história pra contar". E, dos locais que visitei até o momento, Singapura é o que tem mais obras. Toda a cidade tem reformas, novas construções e lançamentos. Pode ser bom para a sociedade local, mas não para minhas fotos! Fora isso, em agosto acontecerá as Olimpíadas da Juventude (desculpem-me a ignorância, mas eu NUNCA havia ouvido sobre isso antes) por lá, então torna essa parte estrutural ainda mais bagunçada para os turistas que passam por lá agora. Pretendo voltar para visitá-la no final do ano, para observar o clima natalino local.

(Vista da Marina Bay à noite! - e sim, fui eu que tirei essa foto!)

Enfim, a comida é bem parecida (pra não dizer igual) à da Malásia, mas com uma "pequena" diferença: a limpeza. Fui à um mamak (restaurantes típicos locais, geralmente indianos, que vendem comida baratíssima) limpo, que era fechado e proibia que se fumasse dentro (um sonho aqui na Malásia). Os frutos do mar são também muito mais saborosos e frescos. Os táxis não tentam trapacear e não se recusam a levar as pessoas (coisa comum aqui na Malásia, taxista só leva você aonde ele achar que é perto e/ou sem muito trânsito, ou quando eles acham muito próximo, só aceitam o passageiro se ele aceitar pagar 4 vezes mais do que o normal). Ah, e são novissimos e limpos (eu juro, vi mais de um táxi, MERCEDES BENZ novinho. Alguém me explica pra que?).

(Singapura é tão moderna, que você tem que conversar com a máquina, de TPM, que não quer dar o meu troco...)

No final do domingo, na volta pra casa, pela primeira vez não senti aquele aperto no peito de estar retornando muito cedo para KL. Pois apesar de todas as vantagens que Singapura tem em relação ao resto do Sudeste Asiático, a cidade parece pecar na falta do "modelo asiático" esperado. O que? Ora bolas, estou na Ásia e, apesar de reclamar muito da lógica local que nós ocidentais nunca entendemos, eu não saio batendo perna pelos 4 cantos do "lado de cá" do mundo para sentar e tomar um sorvete na Häagen Dazs, ver carros parando na faixa de pedestre para que eu possa atravessar (talvez eu mude de idéia depois de passar pelo Vietnã) e ver vários (muitos mesmo!) orientaizinhos (e ocidentais também!) carregando sacolas da Louis Vitton pra cima e pra baixo. O consolo é que saber que eu não estou sequer perto do Cidade Jardim e seus assaltos sem fim (eu que não piso mais lá quando voltar pra SP!).

(Eu estava dormindo de verdade no banco da Marina Bay. Tantas viagens seguidas acabaram comigo!)

P.S: A Espanha ganhou a Copa do Mundo...e eu não dou a mínima. Mas o Casillas virou ídolo com certeza!