Eu sempre penso em comentar sobre a questão racial aqui na Malásia, mas eu tenho muito receio em polemizar demais e falar mais do que deveria ou até me posicionar sobre algo cultural, sem entender plenamente a situação.
Constantemente eu ouço diversas opiniões sobre as três principais raças que compõe a maioria da população malaia: chineses, indianos e claro, os malaios (que é a parte mulçumana) e tento assim, conseguir uma imagem mais clara sobre o assunto. Mas tenho que dizer que não é fácil. Primeiro porque se você questionar pessoas de cada uma das raças, você terá opiniões viesadas, e os “brancos” (estrangeiros que moram aqui), parecem reproduzir partes desses discursos.
O que eu quero tentar comentar aqui hoje é sobre o desconforto que eu sinto com essa “rixa” que há entre essas três culturas. A primeira vez que eu vi claramente a divisão que existia entre elas, foi durante a “enxurrada” de feriados que tive logo que cheguei. Se eu perguntasse a uma não-indiano o porque do Thaipusam, eles responderiam que não sabiam e sequer era da conta deles. O mesmo com tradições chinesas ou comemorações mulçumanas. Apesar de terem que conviver juntos durante toda a vida, eles não se misturam em termos culturais, e só se orgulham do que é seu. Lição 1 aprendida.
A segunda situação, e a qual eu considero a mais desconfortável até o momento é de ter que expor claramente a qual raça se pertence. Abrir uma conta no banco, preencher um formulário para uma loja, completar a ficha de cadastro no trabalho e muito mais, tem como requerimento obrigatório (marcado com *) o preenchimento da raça. E o “engraçado” é que sempre há somente 4 opções: chinês, malaio, indiano e outros. Achou pouco? Anúncios para alugar um apartamento/quarto explicitam a raça que os anunciantes querem no local. Parece mentira? Vide a imagem abaixo (a imagem redireciona ao site dos classificados, com inúmeros exemplos do mencionado):
E se você ligar para a pessoa, a PRIMEIRA pergunta que te farão é sobre sua raça. E pior, se não for a desejada, eles falam que “não, não”, já se despedem e desligam.
Não estou aqui para choramingar ou qualquer coisa do tipo, mas sim para expor, principalmente para os brasileiros que cismam em criar “desculpinhas” para dizer que qualquer coisa é preconceito, que vocês não fazem a mínima idéia do que isso realmente significa. Fico feliz em morar (não no momento, é claro!) em um país onde esse tipo de coisa não acontece. Sim, o Brasil ainda tem preconceitos (e quanto a isso, eu já não tenho pudores de dizer: na GRANDE maioria criado pelos próprios “ofendidos” – camiseta 100% negro e cotas para modelos negros no Fashion Week são só duas das maiores palhaçadas que já vi nesse quesito), mas no dia que eu ligar para um lugar e me perguntarem se eu sou branca ou o que, eu mandarei pra vocês imaginam onde, né!? Principalmente porque, sinto dizer, eu não sei me definir em uma raça só.
Prefiro não me prolongar no assunto racial mais do que já o fiz, pois não quero usar o blog para polemizar. E, gostaria de reiterar, essa é a MINHA opinião! Assim como a de odiar (e espero, nunca me acostumar) ter que comer com uma colher ao invés da faca...hehe!
Constantemente eu ouço diversas opiniões sobre as três principais raças que compõe a maioria da população malaia: chineses, indianos e claro, os malaios (que é a parte mulçumana) e tento assim, conseguir uma imagem mais clara sobre o assunto. Mas tenho que dizer que não é fácil. Primeiro porque se você questionar pessoas de cada uma das raças, você terá opiniões viesadas, e os “brancos” (estrangeiros que moram aqui), parecem reproduzir partes desses discursos.
O que eu quero tentar comentar aqui hoje é sobre o desconforto que eu sinto com essa “rixa” que há entre essas três culturas. A primeira vez que eu vi claramente a divisão que existia entre elas, foi durante a “enxurrada” de feriados que tive logo que cheguei. Se eu perguntasse a uma não-indiano o porque do Thaipusam, eles responderiam que não sabiam e sequer era da conta deles. O mesmo com tradições chinesas ou comemorações mulçumanas. Apesar de terem que conviver juntos durante toda a vida, eles não se misturam em termos culturais, e só se orgulham do que é seu. Lição 1 aprendida.
A segunda situação, e a qual eu considero a mais desconfortável até o momento é de ter que expor claramente a qual raça se pertence. Abrir uma conta no banco, preencher um formulário para uma loja, completar a ficha de cadastro no trabalho e muito mais, tem como requerimento obrigatório (marcado com *) o preenchimento da raça. E o “engraçado” é que sempre há somente 4 opções: chinês, malaio, indiano e outros. Achou pouco? Anúncios para alugar um apartamento/quarto explicitam a raça que os anunciantes querem no local. Parece mentira? Vide a imagem abaixo (a imagem redireciona ao site dos classificados, com inúmeros exemplos do mencionado):
E se você ligar para a pessoa, a PRIMEIRA pergunta que te farão é sobre sua raça. E pior, se não for a desejada, eles falam que “não, não”, já se despedem e desligam.
Não estou aqui para choramingar ou qualquer coisa do tipo, mas sim para expor, principalmente para os brasileiros que cismam em criar “desculpinhas” para dizer que qualquer coisa é preconceito, que vocês não fazem a mínima idéia do que isso realmente significa. Fico feliz em morar (não no momento, é claro!) em um país onde esse tipo de coisa não acontece. Sim, o Brasil ainda tem preconceitos (e quanto a isso, eu já não tenho pudores de dizer: na GRANDE maioria criado pelos próprios “ofendidos” – camiseta 100% negro e cotas para modelos negros no Fashion Week são só duas das maiores palhaçadas que já vi nesse quesito), mas no dia que eu ligar para um lugar e me perguntarem se eu sou branca ou o que, eu mandarei pra vocês imaginam onde, né!? Principalmente porque, sinto dizer, eu não sei me definir em uma raça só.
Prefiro não me prolongar no assunto racial mais do que já o fiz, pois não quero usar o blog para polemizar. E, gostaria de reiterar, essa é a MINHA opinião! Assim como a de odiar (e espero, nunca me acostumar) ter que comer com uma colher ao invés da faca...hehe!
Comentários
Pois é, certa conversei c/ um gringo aqui que já foi bam-bam-bam da Makro Malásia e ele me contou como era difícil gerenciar pessoas de 3 culturas ao mesmo tempo.
Não querendo poleminzar também, mas parece que a rixa pega mesmo com o chinas que são 'workaholic'(cultura 'coletivismo' + forte interesse em 'sair da pobreza') e acabam chegando com mais garra e tomando o emprego dos malaios... sei lá, tem sentindo?
Achei q ia ser mais extenso! XD haha Mas nossa, isso é realmente foda! Pensa pelo menos vc é o outros! haha E não faz parte dessa intensa disputa pokemon! Rs
Mas deve ser estranho mesmo! Ainda mais a gente q tah acostumada a viver no brasil com N raças e é super normal, pq td mundo eh brasileiro! uhahuuha
Mas bom! =D Se cuideee
Mas nossaaaaa imagino como deve ser estranho ter q conviver com isso...principalmente vc sendo estrangeira!
Fico tranquila ao ler esses seus desabafos...me mostra q vc continua a msm pessoa!!! mas take care viu, existem pessoas mto irracionis e preconceituosas nesse mundo...n se deixe abalar por elas!!
E vê se come direitinho pra n ficar doente!! hehehehe
Bjsssss