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Contrastes



Em uma tentativa frustrante de me manter acordada no trabalho, resolvi alternar trabalho com esse post. E também porque eu faço duas coisas necessárias ao mesmo tempo assim.

Hoje completo oficialmente 3 meses de Malásia! Às vezes sinto que está passando muito rápido, pois falta tempo para viajar mais, sair mais e definitivamente, dormir mais! Mas em outras, penso que deveria acelerar ainda mais, pois há dias que eu só queria estar de volta na minha São Paulo caótica, tomando um chocolate quente às 11 da noite no meu café preferido com as amigas ou comer um temaki às 4 da manhã depois de sair da balada assim como entrei: arrumadinha, perfumadinha e sem cheiro de cigarro, ou simplesmente passear pelo shopping e encontrar tantas coisas que eu gostaria de comprar que precisaria correr de volta para o carro para não levar tudo (aqui o sentimento é totalmente o contrário. Ai que saudades que sinto de fazer compras!).

Após a pequena introdução aleatória (e vejam só, realmente me ajudou a acordar!) vamos falar sobre o assunto principal do dia: a última viagem!


Quinta-feira passada, tirei um dia e meio de folga do trabalho (tudo legal, nada de “estou doente” hehe) para aproveitar um fim de semana prolongado na praia. Langkawi, para onde fui, é uma ilha no extremo norte do país e é a ilha mais famosa da Malásia, por dois principais motivos: ela é “ao lado” da Tailândia e é dos locais duty free do país. Ahn? Para os que não sabem (ou esquecidinhos mesmo), o país é mulçumano e bebida alcoólica deveria ser proibida. Como eles não fazem isso (acredito que seja pelo alto número de estrangeiros, mas não só por isso), a solução é taxar absurdamente. Para os padrões do país, onde quase tudo é incrivelmente barato, o valor é realmente alto. Agora, comparando-se a São Paulo, por exemplo, ainda assim é barato. O que acontece em ilhas duty free é que comprar bebidas, cigarros, chocolates e outros produtos importados ou altamente taxados é realmente uma pechincha, tornando-se esses locais um paraíso para turistas e expatriados.


E o que isso faz de diferença em minha vida? Nenhuma! Eu já bebia muito pouco no Brasil, então não ligo se a bebida é cara ou não por aqui. Eu não fumo. Eu comprei um belo estoque de perfumes no minha escala em Dubai e eu diminui drasticamente a quantidade de chocolates que eu como por aqui, porque ele simplesmente derrete rapidamente ou fico enjoada depois de comer dois pedaços, dado o calor excessivo desse lugar. Mas, o fator duty free fez a diferença nesse caso, já que eu estava procurando por alguns dias de descanso e Langkawi definitivamente não é o local para isso.


Uma ilha enorme, lotada de turistas e com atividades demais para eles. Não era necessariamente a paz que eu buscava. Além disso, comparada ilhas locais, Langkawi é feia e suja. Me senti passando o fim de semana no litoral paulista do que em uma ilha, no ínicio. Então, por que “contrastes” é o título? Pois posso dividir a viagem em dois momentos, o sozinha e o acompanhada.

Cheguei um dia antes que meus companheiros de viagem (dois portugueses e um mexicano) e queria aproveitar o dia para descansar, tomar sol e comer. Esse dia foi bem chatinho, porque a praia estava barulhenta, o sol muito forte e a comida foi bem normalzinha. Eu só me diverti mais com o fato de eu ter “farofado” na praia. Eu, minha mochila de viagem e minha bolsa de mão acampamos a tarde toda na praia e eu me sentia aqueles mochileiros sem planos de tantas vezes que me ofereceram um quarto. Por acaso essa foi a primeira vez que eu sai de casa só com a passagem aérea na mão e sem idéia de qualquer outra coisa. Não reservei acomodação, não tinha idéia do que fazer na ilha e nada mais. É interessante, mas não é para mim.


A noite o pessoal finalmente chegou à ilha e as coisas ficaram mais animadas. Eu tinha com quem conversar, fazer piadas e me divertir. Compramos para o sábado de manhã, uma tour pela ilha, com direito a algumas atividades. Tenho que dizer que essa foi a melhor idéia que alguém poderia ter dado e devo agradecer a Catarina por ter sugerido. Não só conhecemos a ilha de barco, como fomos ver macaquinhos, alimentar peixes e águias, visitar uma fazenda de peixes e até uma caverna de morcegos! E aquela praia chata, feia e sem graça, se tornou um paraíso. As fotos estão aqui para comprovar. 


  
No final da tarde encontramos o quarto elemento (até agora, éramos só os três que falavam português) que havia chegado pela manhã. Ficamos na praia tomando sol, banho de mar e conversando. No começo da noite resolvemos visitar o duty free e comprar algumas coisinhas. Eu fiquei abismada com o preços das bebidas e acabei comprando uma garrafa de Absolut Peach por meros US$27 – a termos de comparação, um copo pequeno de “bebida de mulherzinha”, custa em torno de US$6 e o copo vem pela metade - fora chocolates (não consegui resistir). Voltamos para o hotel debaixo de uma chuva absurda, mas como estavámos na praia mesmo, que diferença ia fazer ficarmos molhados ou não?

Para fechar o dia, fomos visitar o mercado noturno, que são feirinhas (noturnas!) que vendem coisas locais a preços bem camaradas. Resolvemos parar em diversas barraquinhas de comida e provar o máximo que pudéssemos. Em uma delas, resolvemos arriscar durian, a fruta local e se não me engano,faz parte da mesma família da jaca. O cheiro é horrível e pode-se sentir a distância, mas como havia voluntários dispostos a provar, também arrisquei. E apesar de todo o drama em torno do cheiro e sabor da fruta, eu achei normal. Não posso dizer que amei ou odiei (é o que sempre me dizem, “não existe meio termo para durian”), mas achei muito doce e difícil de comer. Mais uma missão cumprida, na “listinha” de coisas peculiares a se fazer na Ásia!


O resto da noite foi algo mais relaxado, conversando, tirando fotos e um tempinho na praia. Pra variar, eu fiquei sonolenta rapidamente e “capotei” na cama nas primeiras horas da madrugada, enquanto os outros continuaram noite a dentro. Domingo, acordei cedo até, mas não arrisquei ir a praia, pois sei que sou enrolada para me arrumar e deixar tudo pronto e depois teria que me apressar para ir ao aeroporto. Sentei na varanda do hotel e li por algum tempinho. O vôo de volta estava lotado e conseqüentemente não consegui me sentar perto do Dani (português), o único que voltou de avião também. Menos de uma hora depois já estava de volta a minha KL (viu como eu já estou possessiva?), e com aquela vontade de ter mais alguns dias livres para aproveitar a ilha com os amigos. Mas não tenho que esperar muito, afinal em 15 dias estarei de novo em uma ilha, e com a ilustre presença de um amigo que não vejo há 7 anos! É, essa vida na Malásia me surpreende a cada dia mais.

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