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Segunda Viagem - Malacca


Como o resumo semanal estava bem sem graça dessa vez, resolvi não publicá-lo e pular para a viagem do feriado.
(ALERTA: Texto de 3 páginas do Word, então paciência...)

A cidade



Malacca é uma pequena cidade com aproximadamente 455 mil habitantes e fica a 148 km de distância de Kuala Lumpur. Considerada patrimônio histórico pela UNESCO em 2008, e apesar de ter sido colonizada por portugueses, já possuía uma história de invasões e diferentes populações em seu território. Malacca também teve um período controle holandês e britânico antes de se tornar independente e agregada a Malásia.

A ida

Diferentemente da última viagem, essa foi cheia de imprevistos e aventuras (muitas vezes não agradáveis), a começar pela ida. Eu já havia sido alertada sobre os riscos em rodoviárias aqui, mas isso nem sempre evita que algo aconteça.

Todas as companhias com ônibus lotados para a cidade ou com horários muito tardes e achamos um balcão vendendo passagens para a 19h30. “Que ótimo!” pensamos, compramos os bilhetes e fomos para a plataforma. Após uma típica espera para embarcar, uma confusão e empurra-empurra para entrar e eu pensando “Qual o problema dessa gente, todo mundo vai viajar!”. O senhor que recolhia os bilhetes passava todos na nossa frente e nunca pegava os nossos, e no final vira para as pessoas que ainda esperam do lado de fora e diz que o ônibus está lotado. Como isso? Nossos bilhetes eram de agentes que vendem sem verificar se há lugares disponíveis ou não. Minha companheira de viagem se revoltou e, depois de grudar em um rapaz malaio, arrastou-nos para o balcão de informações e fez o menino conversar com a mocinha que atendia lá. Para resolver nosso problema, tive o prazer de observar outro “costume” que já haviam comentado anteriormente: o número de pessoas que é preciso para resolver algo. Vejam só: a mocinha do balcão de informação, somou-se dois seguranças de plataforma e três agentes da rodoviária. Isso tudo porque se um não sabia o que fazer, chamava outro e assim por diante. Quando chegamos ao balcão da companhia que deveria de fato nos levar (não no agente onde compramos), éramos 9 pessoas, e só 4 precisavam trocar passagens, parecíamos até procissão. Mas, felizmente, resolvemos nosso problema e tivemos que pagar uma “taxa extra” de RM1 cada (menos de R$0,60) pelas passagens.

Tivemos que agüentar uma espera de 1 hora aproximadamente, mas quando chegamos a plataforma, o senhor que anteriormente não tinha nos deixado entrar, nos colocou no ônibus antes de todo mundo. Sei que ele resmungou algo feio perto da gente, pois o nosso “novo amigo” malaio entendeu mas não quis dizer. O fato de sobrarem pessoas para fora (overbooking) aconteceu novamente e percebi que é algo constante por aqui. E só conseguimos algo porque reclamamos e fomos atrás, pois caso contrário não embarcaríamos.

Uma viagem que deveria levar no máximo duas horas, levou cerca de 5 horas, e esse foi o começo do meu feriado. Pelo menos tivemos o prazer de conhecer esse menino malaio, de uma educação que não se vê nos rapazes de hoje em dia. Ele foi super prestativo, educado e isso tudo aos 19 anos. Ele estuda em um colégio particular canadense aqui em KL por meio de bolsa de estudo e joga pólo aquático, e por ser um bom aluno e um bom jogador ganhou o direito de fazer faculdade por 4 anos (!) no Canadá e ele se muda pra lá em agosto. Fico tão feliz, quando conheço pessoas que mostram que o esforço e dedicação compensam. Boa sorte para ele!

21 horas em Malacca

Meu planejamento inicial era passar dois dias na cidade, para fazer tudo com calma e ter tempo para descansar, já que era um fim de semana prolongado. Mas como minha companheira de viagem teria que voltar para trabalhar no sábado, tive que rever meus planos e acabei ficando menos de um dia por lá.


Quando chegamos a rodoviária, logo conseguimos um táxi para irmos para nossa guesthouse, que eu havia encontrado no HostelWorld. Eu não fazia a menor idéia de como seria o lugar, mas tenho que dizer que foi uma das melhores escolhas que já fiz. Não sei se é porque sou uma Google freak e vou atrás de todo tipo de informação possível antes de reservar um local, mas não encontro grandes problemas com acomodações em viagens. O quarto tinha duas camas queen size super confortáveis, super limpinho e ótimo para passar alguns dias. O banheiro era dividido, mas muito limpo e como era uma guesthouse que só hospeda no máximo 14 pessoas, não tivemos nenhum problema. Os donos eram super educados também e sempre deixavam algo na mesa para podermos comer (os cookies que a Mani fez eram divinos!). Fora que quando chegamos, depois da meia noite, fomos bem recebidas e ganhamos um mapa e uma explicação ótima sobre a cidade e tudo o que valia a pena fazer e onde comer!


A cidade ainda estava com a decoração de Ano Novo Chinês (dura 15 dias e amanhã é o último dia e também o dia dos namorados chinês), então deixamos as coisas no quarto e saímos no meio da noite para passear e tirar fotos. No meio do passeio começou uma chuva torrencial e tivemos que nos sentar na calçada e esperar para voltar. Sorte que muitas calçadas são cobertas então não nos molhamos.


No dia seguinte só saímos para passear depois das 11h30 da manhã, por N motivos que vou relevar. Eu tirei fotos o dia inteiro e acho que essa virou minha nova diversão de viagem! Comprei várias coisinhas (até um par de hashis!) para variar (não comprei mais porque fim do mês é uma época dura e meu salário recém-recebido estava na conta do banco da empresa). Eu esperava ter experimentado mais comidas, mas deixarei para a próxima visita. No meio da tarde, eu literalmente dormi na cadeira de um café que paramos para tomar algo e descansar um pouco. Assim, com minha bolsa semi-aberta, minha câmera na mão e o óculos de sol em cima da mesa. Isso porque eu tomo o maior cuidado o tempo todo com medo de batedor de carteiras por aqui...ah, e mais tarde eu novamente cochilei em um banco em frente ao rio, só que a bolsa estava de apoio para minha cabeça e meu (novo) chapéu cobrindo tudo.


Durante os fins de semana a noite acontece o night market que ocupa toda a China Town de Malacca e vende-se de tudo: comida, bolsas, roupas, acessórios, produtos de beleza, etc. Algumas lojas também ficam abertas até mais tarde para aproveita o movimento da “feirinha”. Como tínhamos que ir para a rodoviária para o último ônibus, não pudemos acompanhar muito, mas também aconteciam apresentações por lá. Uma pena...


A volta

Quem disse que a aventura acabou? Onde achar um táxi nessa cidadezinha? Andamos uns 15 ou 20 minutos até chegarmos a avenida principal e esperarmos um aparecer. A sorte é que taxistas de pequenas cidades não são tão sanguinários quanto os de KL e negociar preço é bem fácil.

Chegamos a rodoviária e fomos diretamente a Transnacional para não termos problemas. Mas é claro que eles já estavam lotados para variar (todos dizem viajar de Transnacional é mais seguro, ok, mas quem consegue comprar passagens com eles?). E dá-lhe a peregrinação novamente para achar bilhetes e que conseguíssemos embarcar. Encontramos uma empresa que tinha lugares disponíveis para as 21h (faltavam 15 minutos) e resolvemos comprar (também porque já nos informaram que o último ônibus, as 22h, só sai da cidade se tiver gente o suficiente, então pode-se comprar o bilhete e ter dormi na rodoviária para embarcar só no dia seguinte!). Perguntamos se eles garantiam que embarcaríamos no ônibus e todos em volta riam. Quando entrei no ônibus, percebi que a data no meu bilhete era para o dia 28 e não dia 26, mas fingi que não tinha percebido. Felizmente o rapaz que recolheu os bilhetes era o mesmo que estava lá quando compramos então não tivemos problemas.

Chegamos em KL um pouco depois das 23h e corremos para pegar o metrô, que fecha exatamente nesse horário. Felizmente (de novo!) eles passam um último vagão por toda a linha para recolher os atrasadinhos. Minha coleguinha de viagem não tinha dinheiro trocado para comprar o bilhete e eu tive que revirar tudo para encontrar algo e consegui. Finalmente, eu, minha enorme nova mochila (que não arrebentou, ainda!) e meu enorme novo chapéu chegamos em casa, sãos e salvos! Foram quase 30 horas (desde que sai do escritório) de muitas aventuras e que me fez acreditar (um pouquinho) que empecilhos aos meus planos podem ser bons, às vezes.

Comentários

Tamy disse…
Nossa, mas q fim do mundo vcs foram! huauhaa
Eu teria ido pra kolea! =P hahaha
E ahhh! Começo a passa we got married da seoyoun! uhahua soh q naum tem legenda entaum eu naum entendo nada! huauhahua
e aiai! nem vou faze outras comentarios aki q vai q outras pessoas leem, neh! huahuaa
Anônimo disse…
Mewwwwwwwww, onde tu foi parar?kkk
Ps: Invejinha da minha miga Mochileira! Saudades Naná!

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